segunda-feira, 25 de julho de 2011

PARTICIPAÇÃO ESCOLAR E GESTÃO DEMOCRÁTICA

   

 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR









NILSE TONELLO





PARTICIPAÇÃO ESCOLAR E GESTÃO DEMOCRÁTICA





PORTO ALEGRE
2011






NILSE TONELLO



                            PARTICIPAÇÃO ESCOLAR E GESTÃO DEMOCRÁTICA



Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Gestão Escolar, do Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Programa de Pós Graduação em Educação, como requisito para a obtenção do título de Especialista em Gestão Escolar.
   

                                    Orientadora: Profª.Ms.  Lucrécia Raquel Fuhrmann



 PORTO ALEGRE
2011




RESUMO




Este trabalho de conclusão de curso trata de um aprofundamento das análises das ações do Projeto Intervenção (PI) implementadas na Escola Municipal Antonio Manfron ao longo de 2010 e início de 2011, que teve com foco a integração família-escola. Os objetivos relacionados a este projeto foram estimular a participação dos pais na vida escolar. A análise se inspira nos seguintes autores GANDIN (1994), SACRISTÁN (2001), VEIGA (2002), THIOLLENT (2005) entre outros. A metodologia baseia-se na pesquisa-ação como forma da intervenção da realidade. A integração família-escola se torna emergencial, batendo à porta dos estabelecimentos de ensino, para atender as necessidades de democratização da sociedade em geral e das próprias escolas; pela necessidade de entender diferentes perspectivas sociais e modos de vida; pela urgência na prevenção do envolvimento da juventude em drogas e violência; por ser também emergencial integrar o currículo escolar às demandas da vida social e profissional da cada indivíduo. Com o desenvolver deste projeto notou-se um interesse maior pelas atividades e decisões da escola por parte da maioria dos pais, mas nem tudo o que foi previsto foi alcançado. Há uma longa caminhada a ser feita que requer a participação de todos comprometidos a transformar a escola em uma instituição com educação de qualidade.
Palavras-chave: Gestão Democrática. Participação. Família.




1 INTRODUÇÃO


            Este trabalho de conclusão de curso tem como finalidade aprofundar o estudo realizado sobre o tema proposto no Projeto Intervenção relacionado à participação dos pais no ambiente escolar.
         O projeto intervenção foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Manfron, localizada na cidade de São José do Ouro, Rio Grande do Sul, na localidade de Jardim Alegre, interior do município.
      A unidade funciona em dois turnos, manhã e tarde, sendo de manhã de 4ª a 8ª séries, organizados por componentes curriculares e à tarde o Ensino Fundamental de nove anos, de pré ao 3º ano, sendo 92 alunos no total. Estes são provenientes de várias comunidades entre elas: Comunidades do Pontão, Marmeleiro, Aparecida, Área Pimentel, Vila Souza, Capela Fátima e Jardim Alegre. A maioria dos alunos depende do transporte escolar.
       As comunidades de onde provêm os alunos são heterogêneas nos aspectos socioculturais e econômicos. Na sua grande maioria são pessoas humildes, filhos de pequenos agricultores rurais, alguns são filhos de caminhoneiros. Estão colocados numa agricultura familiar de subsistência e de escolaridade de séries iniciais, sendo que um pequeno número é semianalfabeto.
           O corpo docente é formado por professores efetivos com jornada de trabalho de 22 e 44 horas, a maioria deles possui ensino superior com Pós-graduação, com exceção de uma professora que possui somente o magistério São três serventes de 40 horas de trabalho semanais onde dividem o tempo na preparação da merenda e a limpeza da escola.
            As condições físicas da escola melhoraram muito a partir do ano de 2002 quando foram construídas duas salas de aula amplas. Dentro da sua estrutura física, possui quatro salas de aula, sala de direção, uma biblioteca que funciona como sala de aula no turno da manhã, laboratório de informática, que também funciona na biblioteca, com cinco computadores, sala de professores, dois banheiros, almoxarifado, uma cozinha, área coberta, televisão, aparelho de DVD, parquinho infantil, um campo de futebol sete na escola, um campo de futebol da comunidade e o Ginásio de Esportes, também da comunidade, para as práticas de educação física dos alunos.
           A direção da escola é escolhida através de eleição direta, com mandato de dois anos e este ano acontecerá no mês de novembro para o mandato 2011/2012. Em nossa escola não há coordenação pedagógica, todo o trabalho existente é desenvolvido pelo diretor e pelos professores. No início de cada ano letivo, reúnem-se alunos e professores para determinarem sobre as regras de conduta a serem seguidas por todos durante o ano letivo (anexo 1).                                    Os alunos de pré-escola ao 3º ano usufruem duas horas semanais de atividades com professor diferenciado de educação física e arte, com foco em atividades lúdicas e outras atividades. A turma da 4ª série participa do PROERD (Programa Educacional de Resistência à Violência e as Drogas) junto com a Brigada Militar, que consiste num esforço cooperativo de policiais formados pelo programa, educadores, pais e comunidade em oferecer atividades em sala de aula. O Programa também ajudará a reconhecer e resistir às diversas pressões que poderão influenciar os jovens a experimentar cigarro, maconha, bebida alcoólica, inalantes e outras drogas.
         A escola possui CPM (Circulo de Pais e Mestres) órgão que atua sempre que necessário na escola, bem como Conselho Escolar, funcionando de uma maneira razoável, pois sua função é orientar, opinar e decidir sobre tudo o que tem a ver com a qualidade da escola como participar dos planejamentos anuais, avaliarem os resultados da administração e ajudar a buscar meios de solucionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir sobre os investimentos prioritários, mas isso não acontece na prática.
     Por isso sentimos a necessidade de aproximar mais os pais da escola, que eles não comparecessem somente quando chamados, mas que viessem ver, participar, opinar sobre determinado assunto. A necessidade de envolvermos todo o segmento escolar na participação de novas mudanças, novos rumos à educação é que se justifica este trabalho. A reelaboração do Projeto-Político Pedagógico requer a participação de todos aqueles que compõem a comunidade escolar, para ser um projeto participativo onde se exige método, organização e sistematização. Algumas características da gestão escolar democrática são o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo-benefício e a transparência. Como nas palavras de Luck e Lima (2006):


                                            Como um círculo em que causas e consequências se interpenetram, a integração                        família-escola se torna emergencial, batendo à porta dos estabelecimentos de ensino, para atender as necessidades de democratização da sociedade em geral e das próprias escolas; pela necessidade de entender diferentes perspectivas sociais e modos de vida; pela urgência na prevenção do envolvimento da juventude em drogas e violência; por ser também emergencial integrar o currículo escolar às demandas da vida social e profissional da cada indivíduo. (LUCK E LIMA, 2006, p.12 a 17)


             Nesta nova proposta de participação tínhamos como objetivos Integrar os profissionais, pais e alunos, buscando a unidade de propósitos e de concepção educacional; desenvolver atividades comemorativas buscando a participação da comunidade escolar; proporcionar ao educando e aos pais visitas educativas, recreativas e culturais; resgatar e preservar valores morais e éticos, o espírito crítico e o exercício da cidadania; estimular a conservação e a limpeza do ambiente escolar, e o plantio de vegetais na horta escolar; desenvolver atividades junto à comunidade escolar com a finalidade de estabelecer relações de parceria, que apresentem caminhos capazes de produzir atitudes voltadas para a construção de uma cidadania consciente, propiciando um aprendizado de acordo com as aspirações das famílias dos alunos; demonstrar a organização do trabalho pedagógico em sua totalidade e definir ações educativas, no cumprimento e efetivação da intencionalidade da escola, que é representar em conjunto os esforços dos educadores, funcionários, famílias e alunos, no sentido de romper barreiras e limites para o exercício da cidadania.
       Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos professores, funcionários e outras pessoas da comunidade na administração escolar. Quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade da escola, a chance de que deem certo é bem maior.          Como a democracia também se aprende na escola, a participação deve se estender aos alunos até mesmo as crianças pequenas. Como cidadãos, eles tem direito de opinar sobre o que é melhor para eles e se organizar em colegiados próprios, como os grêmios. Como expressa Sacristán (2001):

[...] o diálogo como procedimento, a capacidade de tomar                                    iniciativas e ir à busca de soluções é desigual quando os participantes potenciais são separados por uma forte assimetria quanto ao seu grau de disponibilidade de informações sobre os problemas, quanto à sua capacidade de saber formulá-los e quanto às orientações para sua solução. (SACRISTÁN, 2001, p.25)

 

         A análise inspira-se nos principais autores GANDIN, (1994), SACRISTÁN, (2001), VEIGA, (2002), THIOLLENT, (2005) entre outros. O que pensam as famílias em relação à escola? Quais são as expectativas da escola em relação às famílias? Que mediações são possíveis estabelecer entre a participação das famílias na escola e a democratização da gestão? Essas e outras questões assumem centralidade nas motivações que impulsionaram as reflexões e análises deste trabalho. Conforme nos diz Silva, (2008):

Por ser a escola um ambiente complexo e rico em relações sociais, torna-se um terreno fértil para análises de diferentes naturezas, pois, como uma teia, se interligam e se influenciam dialeticamente na constituição de sua dinâmica organizativa. (SILVA, 2008 p.240)

     Esse trabalho, então, se deu em função do pressuposto de que há uma crise de participação da família na escola. Podemos dizer que a participação das famílias na escola é um dos elementos que poderá contribuir para o bom desempenho intelectual e afetivo dos alunos. Apresentam-se algumas alternativas em construção, as quais buscam viabilizar a participação da família na escola como um dos mecanismos constitutivos de uma gestão democrática.
      O trabalho apresenta-se dividido em partes assim constituídas: Referencial Teórico constitui a base legal e teórica para as análises apresentadas, selecionadas a partir da concepção de gestão escolar democrática; a Base Metodológica apresenta a metodologia da pesquisa-ação onde foram realizados questionamentos com as famílias para detectar os problemas da participação das famílias na escola; nas Ações Analisadas apresenta a análise feita em relação às atividades desenvolvidas na escola Antonio Manfron para tentar aproximar mais a famílias da Escola; nas Considerações Finais apresentam-se alguns pontos de mudança provocados pela pesquisa onde se percebeu o quanto a participação da família no ambiente escolar pode contribuir para a melhoria da qualidade da educação, mas esta participação precisa ir muito além do acompanhamento de agendas e de conversas com professores.


2 BASE TEÓRICA


          Nesta seção apresenta-se o referencial teórico para as análises apresentadas que foram selecionadas a partir de uma concepção de gestão escolar democrática por ser esta a linha orientadora do trabalho.
          Com isso a comunidade escolar foi chamada a participar dos assuntos escolares, sendo criado o Conselho Escolar Deliberativo, a comunidade pode participar tanto de assuntos administrativos quanto de assuntos pedagógicos, como a construção do PPP (Projeto Político Pedagógico) e também, da eleição de diretores, dentre outras coisas mais. Estas propostas de mudança tinham como objetivo a democratização com qualidade, da educação, sobre este assunto Bastos (2005, p. 9) afirma que “para a sociedade, e para trabalhadores em educação, a democracia da escola é o único caminho para reconstruir a escola pública de qualidade”.      Ainda nos diz Silva, (2009):

Por acreditarmos que a democracia é um processo em permanente construção e aprendizagem e que exige vigilância constante é que apostamos nos atores políticos escolares, especialmente nos professores, para promoverem a mobilização e a mudança de atitude em relação ao destino da escola. Os professores são atores institucionais importantíssimos, cumprem sua função social, tem em suas mãos a possibilidade concreta de oportunizar as crianças e jovens em idade escolar tornarem-se cidadãos críticos, reflexivos e atualizados. (SILVA; BAIRROS, 2009, p.7)

          As discussões e estudos feitos sobre o tema “gestão democrática” são fruto de pesquisa e da necessidade de mudanças advindas da complexa sociedade na qual a escola se insere.      Para melhorar a qualidade do ensino e elevar o desempenho do trabalho, a escola busca espaço em uma sociedade de conflitos, adequando-se à nova forma de gerir seus recursos.      As diversas experiências no sistema educacional mostram resultados satisfatórios e fazem acreditar que mudanças são possíveis, desde que se tenha força de vontade, coerência e planejamento.
         A gestão democrática entendida como processo de aprendizado remete a pensar a forma como se consolida, na prática social e nas diversas concepções que permeiam a comunidade que a constrói. Nesse sentido, não é difícil entender os desafios que precisam ser enfrentados.

          Para trabalharmos com uma gestão democrática na escola, precisamos mobilizar a comunidade escolar, isto é desenvolver um processo de amplo envolvimento e engajamento de toda a comunidade, assim podemos perceber as diferentes perspectivas, interesses, valores, expectativas reunidas em torno de um propósito comum, pois segundo Valérien (1993):

O diretor é cada vez mais obrigado a levar em consideração a evolução de idéia de democracia, que conduz o conjunto de professor, e mesmo os agentes locais, à maior participação, à maior implicação nas tomadas de decisões. (VALÉRIEN, 1993, p.15)

          A participação de todos os interessados e envolvidos nas mudanças propostas pela escola requer consciência e clareza tanto dos problemas como das possibilidades de que se dispõe. Para que isso ocorra é preciso que todos exerçam seus direitos políticos efetivamente e que todos os envolvidos se mobilizem, pois na medida em que se promove a participação de todos estaremos possibilitando a conscientização. Temos necessidade de entender a gestão democrática como processo de construção que implica em mudanças culturais profundas devendo ter consciência que aprendemos a participar participando, assim nos diz Peroni, (2003):

Muito a sociedade lutou para garantir a gestão democrática como princípio constitucional, mas implantá-la é um longo processo que requer diálogo e participação coletiva de todos os envolvidos: pais, alunos, professores, direção colegiada, enfim, a sociedade como um todo, já que os rumos da educação transcendem a um governo, são decisões de Estado, em todas as suas instâncias _ escola, conselhos de educação, secretarias municipais e estaduais, Ministério da Educação. (PERONI, 2003, p.14)

         Sobre isso ainda diz Peroni, (2003, p.14) que temos alguns pilares que materializam a gestão democrática como: a autonomia da escola, a eleição de diretores, o conselho escolar, mas que esses não são suficientes para mudar nossa histórica cultura autoritária. Precisamos ampliar as possibilidades de democratização da educação.
     Essas relações entre a comunidade/família e a escola devem ser fundamentadas no diálogo e na troca de experiências e conhecimentos, pois a participação democrática não é fácil de ser praticada. Muitas contradições surgem neste processo devido à grande variedade de pensamentos e de formação, segundo Spósito (2005, p. 56):

  
                                 A trajetória poderá ser permeada por avanços e recuos, existirão dificuldades nessa                                                     interação, será preciso romper com práticas enraizadas. Mas, o que deve ser levado em consideração neste                              momento é o objetivo a que se propõe que é a promoção de uma educação de qualidade. (SPÓSITO, 2005, p.56)

       Os gestores precisam se flexíveis, ousados e ter conhecimento para o desempenho da sua função. É importante que, além de serem educadores, tenham consciência de sua tarefa de gerir com democracia, transparência e coerência. É necessário, que tenhamos como foco, a qualidade do processo ensino-aprendizagem, a ampliação de acesso a todos no que se refere à tomada de decisões, e a flexibilidade para interagir com toda a comunidade escolar.   Dizem-nos Silva e Lima (2008):

A integração família-escola é uma conquista histórica da gestão democrática, alcançando um patamar de direito das famílias na participação do PPP. No entanto, acreditamos que, para além da dimensão legalista, esta conquista deve ser pautada pela legitimidade dos desejos desses dois espaços desenvolverem diálogos e reflexões sobre a educação das crianças e adolescentes que os têm como referência de sua formação. (SILVA e LIMA, 2008, P.239)

                      
          A integração da escola na sociedade traz novos desafios. Exige que a escola conheça e vivencie problemas que a comunidade local enfrenta e, ao mesmo tempo, faz um chamamento para que esta efetive a sua participação nos rumos que pretende tomar. Proporciona, portanto, um canal de comunicação extraescolar, que enfatiza o rompimento do poder de decisão concentrado nas mãos do diretor, outorgando e socializando o poder coletivo, na procura de programar metas e conseguir realizar as atividades planejadas.
     Sabemos que uma democracia só é inclusiva se há possibilidade de autonomia dos envolvidos havendo relação entre conhecimento e liberdade. Todos devem exercer seus direitos com responsabilidade para que isso ocorra. A participação efetiva requer consciência e clareza dos problemas e das possibilidades de que dispõe.
     Para haver realmente a democracia na escola é necessário dois princípios centrais: autonomia e participação. A gestão participativa demanda responsabilidades, além da opinião, demanda comprometimento. A formação permanente do profissional é muito importante em relação à participação na gestão escolar, pois se discute muito, na própria escola, sobre gestão e participação; porém ainda se encontra resistência, quanto à necessidade de formação permanente e do engajamento à participação efetiva.

           De acordo com Cury (2005, p.3) “a gestão democrática da educação é, ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representabilidade e competência”.
         Cabe ao gestor a abertura para participar e enfrentar o processo histórico alienante. Em complementação, cabe aos envolvidos a intencionalidade, a disposição à partilha, ao despir-se do eu para incorporar o nós. É preciso também assumir o sucesso ou o fracasso da equipe, o positivo e o negativo e daí crescer de forma conjunta.
       Assim, entendemos que a democratização começa no interior da escola, por meio da criação de espaços nos quais professores, funcionários, alunos, pais de alunos possam discutir criticamente o cotidiano escolar. Nesse sentido, a função da escola é formar indivíduos críticos, criativos e participativos com condições de participar criticamente do mundo do trabalho e de lutar pela democratização da educação em nosso país.


BASE METODOLÓGICA


           Nesta seção tratamos sobre a metodologia da pesquisa realizada, que teve por base a metodologia da pesquisa-ação que é um tipo de pesquisa participante engajada, em oposição à pesquisa tradicional. Esta pesquisa procura unir a pesquisa a ação ou prática. De acordo com Thiollent (2005):

Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT. 2005, p.16)

           Ainda de acordo com o autor, o que qualifica uma pesquisa como sendo “pesquisa-ação” é a presença efetiva de uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no problema proposto como alvo de intervenção.  Nesse tipo de pesquisa, os pesquisadores desempenham um papel ativo na resolução dos problemas identificados, no acompanhamento e na avaliação das ações desenvolvidas para sua realização.
            Ainda com relação a esse tipo de pesquisa, Engel (2000) expressa que:

A pesquisa ação é um instrumento valioso, ao qual os professores podem recorrer com o intuito de melhorarem o processo de ensino aprendizagem, pelo menos no ambiente em que atuam. O benefício da pesquisa-ação está no fornecimento de subsídios para o ensino: ela apresenta ao professor subsídios razoáveis para a tomada de decisões, embora, muitas vezes, de caráter provisório. (ENGEL. 2000, p.181)


           A pesquisa que aqui se trata está centrada na realidade da escola, que necessita de intervenção, envolvendo a comunidade tentaremos intervir no problema e tentar chegar o mais perto possível de sua solução.
          Na perspectiva da escola, há atualmente um reconhecimento de que a educação de uma criança ou adolescente é tarefa árdua e complexa que requer um esforço conjunto com a família, e já não se concebe como há alguns anos, a transferência de responsabilidade ou atribuição de culpa pelo fracasso nesta tarefa da escola para a família, ou da família para a escola. Sabemos que o papel da família na educação dos filhos assumiu um lugar central, onde normas, valores, crenças, filosofias e regras determinadas pelas famílias são responsáveis pela socialização no contexto escolar. Segundo Prado (1991):


A família como toda a instituição social, apresenta aspectos positivos, enquanto núcleo afetivo, de apoio e solidariedade. Mas apresenta, ao lado destes, aspectos negativos, como a imposição normativa através de leis, usos e costumes, que implicam, muitas vezes, um elemento de coesão social, geradora de conflitos e ambiguidades. (PRADO, 1981, p.52)

      Para o autor, apesar dos conflitos, a família é essencial no desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos indivíduos, ainda mais no período da infância e adolescência, por serem mais críticos na constituição da identidade da criança, onde a família poderá servir de referência no processo de desenvolvimento.
           Nesse sentido, é que dentro da proposta do PI (Projeto Intervenção), cujo objetivo é o de propor intervenção a fim de melhorar a participação das famílias na escola, promovendo o aluno, é que esse tema que vem ganhando espaço na Gestão Democrática-relação família e escola- foi eleito para o estudo e proposições aqui relatadas.
     Dentre as situações-problema levantaram-se as seguintes hipóteses: os pais não participam por falta de tempo, por não achar necessário, por não ter interesse, por não gostarem da escola ou também por não terem como se locomover até ela.
         Para determinarmos quais os motivos da falta de participação realizamos uma entrevista com os pais onde houve a participação dos professores, alunos e serventes na elaboração da mesma que foi aplicada aos pais pelos alunos. (anexo 2)
        Com o resultado da pesquisa em mãos constatou-se que 40% dos pais trabalham na agricultura, não podendo deixar o trabalho e que as mães não têm como se locomover por residirem em outra comunidade distante da escola e também não podem usar o transporte escolar, pois este é para os alunos; 20% das famílias são empregados não podendo também deixar os afazeres; 30% disseram que não é necessária a participação, pois os filhos já são grandes e bem amparados pelos professores e os outros 10% acham importante participar e justificaram salientando que a participação efetiva permite-lhes acompanhar melhor o desempenho de seus filhos.
       Muitos nos deram a entender que o desejo de todas as famílias é de que a escola não sirva para seu filho apenas como um local em que se aprendam conteúdos, mas que nessa aprendizagem estejam incluídas as palavras vida e afeto, sob pena de se cair em um “vazio pedagógico”. Gostariam que fossem realizadas homenagens, festas, gincanas com a participação de pais, professores, alunos e funcionárias.

         Para tentar solucionar o problema da locomoção das mães pedimos à Secretária de Educação para que autorizasse o transporte escolar quando houvesse essas atividades na escola. Houve certa resistência por parte da Secretária, mas logo entendeu que assim estaríamos caminhando para tornarmos a escola mais democrática, sempre que há uma atividade diferente aos pais autorizamos para que usem o transporte escolar.
        A partir desse momento fazemos sempre um chamamento para as reuniões de início de ano, após cada trimestre para a entrega de agendas, realização de atividades culturais que envolvam famílias e comunidade como celebrações do Dia dos Pais, Dia das Mães, festas juninas, dia do estudante, festa da criança, e convites especiais para participar de todas as atividades desenvolvidas pelos alunos fora da escola como a participação na Feira do Livro e na Amostra de Teatro das escolas municipais, acompanhamento dos pais nos passeios realizados pelos alunos.
          Este caminhar da família e escola deve favorecer um avanço na qualidade do ensino ofertado, a escola precisa ser receptiva, acolhedora para que os pais se sintam parte integrante de todo este processo, conforme nos diz Hora, (1997, p.21):

A participação em todos os níveis do processo educacional garantirá que a apreensão de outros conteúdos culturais se faça a partir dos valores próprios dessa comunidade. Essa participação se efetivará através de integração do processo educacional às demais dimensões da vida comunitária e da geração e operacionalização de situações de aprendizagem com base no repertório cultural. (HORA, 1997, p. 21)


        A participação permitiu, mais uma vez, a possibilidade de repensar as ações, fortalecendo aquelas consideradas positivas e que têm contribuído para a eficácia da escola e repensar as que precisam melhorar ou serem implementadas para superar as dificuldades detectadas.
       A escola dentro do possível procurou realizar um trabalho interdisciplinar através de projetos, embora se percebesse a necessidade de uma melhoria na teoria pedagógica buscando um todo em comum. 
       Contudo, podemos dizer que a gestão participativa é muito importante e exige muita responsabilidade, devendo dar o máximo de todos os que lutam por uma educação de qualidade lembrando sempre o trabalho em equipe e o aprendizado do aluno. O diálogo, a união e a ética são importantes para que o trabalho de todos realmente aconteça e que o aluno seja sempre o centro de tudo.



4 AÇÕES ANALISADAS


             Nesta seção serão apresentadas as ações analisada na escola Antonio Manfron onde a participação dos pais sempre foi precária, por isso desenvolvemos o Projeto Intervenção para tentar mudar o rumo desta história, pois nosso objetivo foi desenvolver atividades junto á comunidade escolar com a finalidade de estabelecer relações de parceria, que apresentem caminhos capazes de produzir atitudes voltadas para a construção de uma cidadania consciente, propiciando um aprendizado de acordo com as aspirações das famílias dos alunos. Libâneo (2010) ao fazer referência à gestão democrática nos diz que:

A gestão democrática participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisões, concebe a docência como trabalho interativo, aposta na construção coletiva de objetivos e das práticas escolares, no diálogo e na busca do consenso. (LIBÂNEO, 2001, p. 131, 132)

           Os princípios da gestão democrática apontam para ações pensadas e decididas no coletivo, dessa forma, para que a escola possa dar conta de sua função social, ou seja, ensinar bem e preparar os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho no contexto de uma sociedade complexa, enquanto se realizam como pessoa (VIEIRA, 2002, p.54), vê-se a necessidade da sua articulação de forma sistemática e contínua com a comunidade, em particular, os familiares diretamente envolvidos.
        Uma das condições necessárias à compreensão da importância do Projeto Político-Pedagógico para a escola é de uma boa mobilização da comunidade escolar. Para mobilizar a comunidade escolar precisamos desenvolver um processo de amplo envolvimento e engajamento da comunidade com o PPP. Conforme (Brasil, 2010):

[...] o PPP é a expressão e a mediação para a mudança na escola: serve para que a comunidade escolar estabeleça o ‘seu rumo’, delineando seus princípios, suas diretrizes e suas propostas de ação para melhor organizar e significar as atividades desenvolvidas na escola como um todo. Trata-se, portanto, não apenas de um documento elaborado por um grupo restrito e ‘doado’ para a escola; o PPP não começa e nem acaba em um texto escrito. (BRASIL, 2010)



              Assim quando o PPP for construído de forma participativa a escola se tornará mais criadora, autônoma e democrática.

             De acordo com Veiga (2000, p.23), ”a escola persegue finalidades”. Por isso é preciso ter clareza das mesmas. E ainda nos diz Veiga (2000, p.23): “É necessário decidir, coletivamente, o que se quer reforçar dentro da escola e como detalhar as finalidades para se atingir a almejada cidadania”.
          Com essas atividades definidas a primeira atividade desenvolvida a partir do projeto de Intervenção foi a festa em comemoração ao dia das mães. A homenagem foi realizada no Parque “Pesque e Pague Tia Helena” localizado próximo à escola. Nessa tarde foi realizada homenagem por parte dos alunos com poemas, poesias, jograis, músicas e teatros e após confraternização com pratos de doces e salgados trazidos pelas mães, após isso os alunos saíram com as mães para uma visita ao Parque. O comparecimento das mães foi significativo, dos alunos de pré ao 3º ano todas as mães compareceram já as mães dos alunos da 4ª à 8ª séries poucas estavam presentes.
           As mães agradeceram muito pela homenagem e pediram para que se repita no próximo ano e levaram o compromisso de convidar as outras, que não estavam presentes, para uma próxima atividade.
      Outra atividade desenvolvida foi à festa de São João, fizemos na escola com a participação dos pais, alunos, professores e funcionárias. Cada turma, com a ajuda do professor coordenador, programou uma apresentação que seria feita no dia da festa representando as festas juninas. Os convidados da festa trariam um prato para ser confraternizado por todos. Depois das apresentações, muita música, dança e comidas típicas, todos gostaram e se divertiram muito. Mais uma vez percebeu-se que o maior número de pais presentes eram os das séries iniciais.
        Em outra oportunidade foi realizada a Feira do Livro em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e a participação de todas as escolas municipais. Esta feira aconteceu no Ginásio Municipal Santo Vanz e ficou aberta ao público durante dois dias. Estavam expostos todos os livros confeccionados nas escolas pelos próprios alunos, muito foi o empenho de todos para a realização deste evento. Os livros confeccionados estavam tão interessantes que chamaram a atenção de todos inclusive da imprensa local e de visitantes de escolas do município vizinho. Além dos livros expostos havia apresentações de teatros pelos alunos e contação de histórias por uma professora de SESC, (Serviço Social Comunitário). Observou-se a participação de muitos pais e da comunidade em geral o que nos deu a entender que a sociedade valoriza o trabalho desenvolvido pelas escolas.

          Neste mesmo mês foi realizada uma gincana em comemoração ao dia do estudante com a participação dos pais, alunos, professores e funcionárias. Os alunos sentiram-se muito valorizados e até fizeram um agradecimento em forma de discurso.            Podemos perceber particularmente a visita de pais de alunos de nossa escola valorizando o trabalho realizado pelos filhos, muitos foram os convites feitos para que participassem e com isso já valeu a pena, mas ainda pode ser melhorada essa participação.             Sabemos que ao participarem da vida escolar dos filhos se faz a diferença, proporcionam experiências educativas que envolvem o exercício da cidadania e juntos alunos, pais, professores e funcionários educam e são educados na construção de um bem público.
          Neste mesmo ano tivemos em nossa cidade o desfile alusivo à Semana da Pátria na Avenida Principal da cidade onde os alunos e entidades apresentaram as atividades que desenvolvem no seu dia a dia; nossos alunos representaram uma história infantil com o tema natureza. Neste dia percebemos a empolgação dos alunos menores em desfilar, já os alunos das séries finais não gostam, têm vergonha, mas sabem da responsabilidade com a escola e participam sem ter vontade. O desfile foi muito interessante, toda a comunidade que assistia elogiou muito valorizando o trabalho realizado por todos.
       No dia da criança tivemos na Praça Antonio Bós Filho a festa da criança com a participação da Secretaria Municipal de Educação e SESC em conjunto com as escolas municipais. Muitos pais acompanharam alunos de séries iniciais do ensino fundamental.
          Nesse mesmo mês no dia 28 nos turnos da manhã e tarde aconteceu o Torneio de Futebol entre escolas municipais com alunos das séries finais do ensino fundamental, o evento aconteceu no Ginásio de Esportes Santo Vanz. Foi um dia muito especial aos alunos que com espírito de integração jogaram disputando medalhas com os alunos de todas as escolas. Com a colaboração das professoras da escola integramos os alunos com almoço compartilhado no mesmo local.

             Tivemos também um novo evento que foi a Mostra de Teatros das escolas municipais. O evento aconteceu no Centro Municipal de Educação “Danúncio Andreani” com a participação de todos os alunos da rede municipal de ensino: na parte da manhã os de séries finais e à tarde os alunos de séries iniciais do ensino fundamental. Nesse evento os alunos de cada escola apresentavam os teatros que foram ensaiados durante o ano letivo, houve a participação da comunidade em geral e também os alunos da rede estadual de ensino estavam prestigiando o evento.
         Percebemos mais uma vez o comparecimento no evento dos pais de alunos de nossa escola, mas somente na parte da tarde quando se apresentavam os alunos das séries finais do ensino fundamental.
         No dia 19 de novembro aconteceu a eleição para diretor de escola em todas as unidades municipais, das 9 às 16 horas, atividade esta que envolveu pais, professores, alunos e funcionárias das escolas no trabalho do pleito eleitoral. Em todas as escolas havia somente uma candidata e esta para ser eleita teria que receber 50% mais um dos votos.  Notamos o interesse de todos para que a eleição fosse um sucesso. Em nossa escola dos 86 votantes somente 10 não compareceram às urnas. Percebemos com isso a mudança de comportamento dos pais. Com o passar do tempo eles vão entendendo a importância da participação nas decisões que dizem respeito à vida escolar de seus filhos e que a ideia de gestão democrática já está sendo incorporada por todos os segmentos.
          No mesmo dia aconteceu a reunião para avaliação das atividades realizadas pela escola no primeiro semestre e também feito, um convite especial a todos para que participassem das atividades alusivas à Semana da Pátria onde os alunos estariam desfilando e apresentando como tema a natureza.
         Os resultados da participação dos pais nas atividades desenvolvidas pelos alunos na escola foram, e estão sendo, bem vistos, pois, notou-se o resgate da autoestima dos alunos e a melhora de seu rendimento escolar mantendo o interesse e a motivação dos alunos em relação aos estudos. A relação escola/família começa na sala de aula. Os pais devem estar cientes das opções pedagógicas dos docentes, da sua forma de conceber o currículo e o tipo de ensino que ministram, bem como informados acerca do desenvolvimento de seus filhos.      Quando a escola cria este elo entre a família e a sala de aula, toda a comunidade é beneficiada. Assim a escola se torna realmente democrática.

                No final de cada trimestre foram realizadas reuniões para entrega de agendas, nestas reuniões nem todos os pais compareceram. Ao saberem das entregas muitos pais vieram à escola antes ou depois da reunião deixando de participar nas decisões que seriam tomadas e de ouvir os diversos assuntos tratados. A esses pais foi colocada a importância de se participar das reuniões, das tomadas de decisões em conjunto para a melhoria do trabalho administrativo e pedagógico. Podemos também com isso possibilitar identificar possíveis falhas da gestão escolar e solucionar mais rapidamente os problemas identificados na parte administrativa e pedagógica.
      Aproveitando a presença dos pais falamos do Projeto Político-Pedagógico para que se inicie um estudo juntamente com pais e professores para possível reestruturação do mesmo. Como nos diz Veiga (1998):

No projeto-pedagógico devem estar contidas ações norteadoras do trabalho que a escola pretende desenvolver, de acordo com sua realidade sócio-cultural e o sucesso do projeto está vinculado à parceria dos segmentos escolares. O projeto pedagógico é de muita importância para a gestão democrática da educação, bem como na construção de uma escola voltada para interesses próprios e locais, capazes de lhe conferirem identidade, é um dos principais instrumentos de participação escolar para uma educação de qualidade. (VEIGA, 1998 p. 34)

           Aos pais ficou a tarefa de trazer para a próxima reunião sugestão de possíveis mudanças no modo como estão se desenvolvendo as atividades e decisões em nossa escola.
Gadotti (2000 p.13), ao discutir Projeto Político Pedagógico, também aponta dois princípios centrais para a gestão democrática da escola: autonomia e participação. Segundo o autor, esses princípios garantem que o PPP não se torne apenas uma “carta de intenções”, ou apenas um plano orientado por metas e estratégias. Ao ressaltar esses dois princípios, o autor afirma que “a autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. “A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência do seu projeto-político pedagógico”. O autor lembra que:  


                                “[...]o aluno aprende apenas quando se torna sujeito de sua aprendizagem. E par ele tornar-                      se sujeito de sua aprendizagem ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto de escola que faz parte também do seu projeto de vida. Não há educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da aprendizagem. A participação pertence à própria natureza do ato pedagógico.” (GADOTTI, 2000, p. 2)

         Aproveitamos a oportunidade para mostrar os temas propostos no Projeto Político- Pedagógico, o mesmo foi amplamente discutido com a comunidade escolar e percebeu-se a inquietação dos pais sobre o currículo. Eles nos colocaram que: muitos conteúdos que os alunos aprendem não servem para nada e que muitas vezes não sabem fazer contas de roça; que os alunos devem aprender, por exemplo, a sobreviver com um pouco de terra, ou seja, aprender a reaproveitar, a explorar a natureza de maneira que lhes de sustentabilidade a si própria e ao meio; que a escola envolva mais os alunos em atividades comunitárias; que a escola proporcione aos alunos um ensino de qualidade não só no conteúdo como na formação do caráter profissional; que o aluno ao sair da escola tenha uma visão do todo que saiba respeitar regras, normas e tenha segurança para enfrentar os desafios do Ensino Médio. Com nos diz Gandin (1994 p.54). ”Para que exista a transformação das idéias em ações práticas que conduzam a mudanças, é necessário conhecer a sociedade na qual a escola se insere e quer chegar [...]”.
        Os problemas sociais não são de grande relevância a não serem os trazidos pela discrepância econômica e social. Precisamos conhecer o nosso aluno, nossa realidade local contextualizada e através do trabalho e da pesquisa organizar a construção do conhecimento de forma interdisciplinar integrando as diferentes áreas do conhecimento. A partir das temáticas selecionar os conteúdos que serão trabalhados no cotidiano da escola e quais as implicações dos mesmos para a transformação da realidade.
          Diante disso, o desafio é manter o diálogo entre escola e comunidade escolar, trocar experiências e ideias, aceitar sugestões para que se possamos qualificar melhor nossos alunos também para tentar superar alguns problemas colocados pelos pais. A partir das sugestões dos pais iniciou-se um trabalho feito por alguns que, com mais conhecimento, vinham à escola e ensinavam os alunos a fazer algumas contas sobre a produção colhida em suas lavouras; quantidade de terra; quantidade a ser plantada e perspectivas de colheita e de lucros. Também algumas mães se dispuseram a ensinar técnicas se “biscuit” para fazer enfeites para vidros; outras ensinavam técnica de pintura em tecido, pregar botões, fazer tricô e crochês.

             Nossos alunos gostaram muito dessas atividades diferentes e podemos ter certeza que essas continuarão acontecendo nos próximos anos, procurando ter sempre o conhecimento da visão do mundo dos moradores das comunidades em que nossa escola está inserida e de suas relações com outras comunidades no sentido de atitudes, comportamentos, relações sociais, étnicas, religiosas, hábitos e costumes, formas de cooperação e solidariedade, dificuldades, conflitos, etc.
             Em outra oportunidade em reunião realizada na escola, aproveitamos e colocamos aos pais sobre a importância da participação do Conselho Escolar, o que seus integrantes podem fazer e quais decisões podem e devem tomar para colaborar com as atividades escolares.
           Devemos saber que o Conselho Escolar é um órgão facilitador da interação entre a escola e a comunidade, formado por pais, alunos, professores e funcionários. É de suma importância para a escola e tem caráter consultivo e deliberativo. Sua principal função é focalizar o desenvolvimento da prática educativa, priorizando ações voltadas ao processo ensino-aprendizagem. O conselho é co-responsável pelo bom andamento da escola e sua participação na elaboração do Projeto Político-Pedagógico se faz necessário para sua efetiva realização. O conselho escolar deve gerir juntamente com o núcleo gestor e não simplesmente atuar como agente fiscalizador, ou mecanismo de controle externo.
         Sabe-se, porém, que diferentes visões estão presentes no cotidiano da escola. Os órgãos democráticos, por sua vez, têm que lidar com esses desafios que dificultam a participação e o convívio da equipe. É necessário um trabalho de ampla mobilização e conscientização por parte dos envolvidos.
         Muitos pais não tinham esse conhecimento, pois até agora só assinavam os papéis necessários na escola. Pudemos notar que será mais difícil a partir de agora encontrarmos pais que queiram participar do Conselho Escolar, pois tudo o que gera responsabilidade ninguém quer assumir.
          Na próxima reunião de pais o assunto foi o processo eleitoral para diretor de escola. Para analisar os demais fatores determinantes do modelo de gestão, buscou-se compreender como era vista pela comunidade escolar, a escolha de diretores. Foi unânime a resposta de que o processo para escolha de diretores é bom e favorece a construção da democracia, já que toda a comunidade pode opinar e decidir diante das propostas dos candidatos. A escolha para diretor das escolas públicas foi uma conquista e um avanço na história da educação. A maioria dos educadores se sente mais encorajada e segura no processo.
              No último mês do ano houve o encerramento do ano letivo e reunião com os pais para a entrega de agendas, no momento o gestor agradeceu a participação de todos nas atividades desenvolvidas pela escola e feita avaliação com os pais para que possamos, no próximo ano, melhorar nossa atuação de modo que possamos acrescentar ao Projeto Político-Pedagógico as ideias e sugestões dos pais, pois quando elaborado de forma participativa tem mais chances de ser assumido por todos, sendo resultado de debates políticos e aglutinação de opiniões diversas. Na oportunidade foi formada a Comissão Eleitoral com a participação de pais, professores e funcionárias e feito um convite especial para que todos comparecessem para votar no dia 19 de novembro.
           Ressaltamos que mesmo tendo objetivos em comum, cada um deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor. O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade. Dizem-nos Zanlourenço e Schnekenberg (2008):

A participação dos pais e da comunidade é essencial para o sucesso da gestão participativa por se construir um processo de abertura nas discussões sobre o papel da escola, na própria estrutura social em que está inserida. Em relação a isto, buscou-se identificar o processo de participação dos pais e comunidade, destacando as contribuições que os mesmos oferecem para o desempenho escolar dos alunos. (ZANLOURENÇO, SCHNEKENBERG, 2008, p. 05)

           A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo o indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam serem grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser humano.
               Sabemos e compreendemos que no momento em que escola e família estabelecerem um acordo na forma de como educar as crianças e adolescentes muitos dos problemas enfrentados hoje, em sala de aula, poderão ser superados. Mas para que isso ocorra é necessário que a família realmente participe da vida escolar de seu filho. Pais e mães devem comparecer à escola não apenas para entrega de avaliações ou quando aconteçam situações desagradáveis de indisciplina ou ainda quando já não houver mais o controle da situação. O comparecimento e o envolvimento devem ser permanentes e, acima de tudo, construtivos, para que as crianças e os jovens possam sentir-se amparados, acolhidos e amados. E, do mesmo modo, deve-se lutar para que pais e escola estejam em completa sintonia em suas atitudes, já que seus objetivos são os mesmos.
        Devem, portanto, compartilhar de um mesmo ideal, pois hoje mais do que nunca, a      questão da gestão é fundamental para qualquer organização. A transformação e a capacidade de administrar o segmento escolar é o fundamento do sucesso educacional e do desenvolvimento de competências e habilidades no sujeito aprendiz, só assim realmente estarão formando e educando, superando conflitos e dificuldades que tanto vêm angustiando professores, pais e os próprios alunos.


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


              Ao realizar este trabalho foi possível perceber o quanto a participação da família no ambiente escolar pode contribuir para a melhoria da qualidade da educação. A escola possui espaços para que isso aconteça, mas é necessário que a comunidade se apodere deste direito e se comprometa com o ensino de seus filhos, mas também é importante que a escola receba essas pessoas de portas abertas isentas de qualquer preconceito, olhando-as como um elemento a mais na luta pela qualidade da educação. Comunidade e escola devem estar unidas tendo um objetivo único, uma educação de qualidade, que ajude a desenvolver a consciência cidadã e crítica.
         Após o desenvolvimento das atividades citadas acima e tentando melhorar a participação efetiva dos pais percebeu-se que a participação da família no ambiente escolar pode contribuir muito para a melhoria da qualidade da educação, mas quando os filhos ingressam na 4ª série, acreditam não precisar mais acompanhar a vida escolar deles, e passam a se desligar da escola. Quando participam, elogiam a unidade, depositando confiança no trabalho dos docentes. Solicitam também que se trabalhem valores morais e atitudes, transferindo para a escola o ato de educar. Portanto os pais participantes ativamente na escola são os de alunos das séries iniciais do ensino fundamental.
           Através da participação notamos também que os pais passaram a acreditar e confiar mais na unidade escolar e também nos profissionais que nela atuam, muitas vezes deixava de matricular seus filhos na escola do interior e matriculavam na sede do município. Notamos a mudança, pois neste ano tivemos 21 matrículas para a turma da pré-escola.
          Sabemos que a Educação que é dever do Estado e das famílias, hoje está ficando a cargo da escola e que os professores sentem muita dificuldade, pois estão preparados para dar continuidade a uma caminhada que começa nas famílias e não a total responsabilidade de educar e mostrar todos os caminhos e principalmente dar limites.
        As discussões e estudos feitos sobre o tema “gestão democrática” são frutos de pesquisas e da necessidade de mudanças advindas da complexa sociedade na qual a escola se insere. Para melhorar a qualidade do ensino e elevar o desempenho do trabalho, a escola busca espaço em uma sociedade de conflitos, adequando-se a uma nova forma de gerir seus recursos e a participação dos pais é de fundamental importância para que tudo isso aconteça.

              Este trabalho não representa uma nova relação, mas confirma a inegável importância do Projeto Político-Pedagógico como elemento crucial no estabelecimento de uma gestão democrática e de uma educação pública de qualidade. As palavras de Gadotti (2000) nos dizem que:

Não é difícil perceber, na prática se uma escola tem seu projeto construído e organizado democraticamente. Basta entrar no seu conselho de escola ou colegiado e verificar como é feita a escolha do livro didático, o planejamento do ensino, a organização dos eventos culturais, atividades cívicas, esportivas recreativas, basta assistir a uma reunião administrativa ou pedagógica, a uma reunião com pais professores e alunos. A gestão democrática é demonstrada por certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, no processo de elaboração e criação de novos cursos, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de recursos humanos, etc. (GADOTTI, 2002, p. 2)


              Por isso é importante a participação de todos nas decisões da escola, devemos estar sempre presente para ver o que acontece nas escolas em que nossos filhos estão matriculados.
        Finalmente, para destacarmos a dimensão política e prática do PPP como fator da democratização da gestão escolar lançou mão da comparação entre uma escola e uma orquestra, em que os diferentes músicos são a comunidade escolar, a partitura é o PPP e o maestro é o gestor; mas todos devem trabalhar em conjunto para obter um resultado afinado e um sucesso comum. Mas não há como entrar em sintonia sem aproximação, sem debates ou confrontos, família e escola tem que coexistir, na busca incessante pela maximização do aproveitamento escolar. Atualmente, não se fala em sucesso de gestão escolar sem referência direta a potencialização do envolvimento da família no acompanhamento do aluno, trazendo entre outros benefícios, a redução da evasão e a melhora no desempenho escolar.
           No entanto, diante das transformações sociais, rápidas, constantes e de reflexo direto na família e na escola, há a necessidade de uma análise no sentido de buscar entender o que a sociedade, através da família e do próprio educando, espera da escola, ou ao menos pressupõem, no sentido do que ela deva servir, para além da transmissão dos conteúdos historicamente construídos e juntos, essas duas instituições percebam pelo diálogo, a importância da conjugação das suas forças, não uma sobrepondo a outra, ou, uma assumindo a responsabilidade, mas trabalhando juntas para que a educação se torne realmente uma educação democrática de qualidade para todos.




5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


                Ao realizar este trabalho foi possível perceber o quanto a participação da família no ambiente escolar pode contribuir para a melhoria da qualidade da educação. A escola possui espaços para que isso aconteça, mas é necessário que a comunidade se apodere deste direito e se comprometa com o ensino de seus filhos, mas também é importante que a escola receba essas pessoas de portas abertas isentas de qualquer preconceito, olhando-as como um elemento a mais na luta pela qualidade da educação. Comunidade e escola devem estar unidas tendo um objetivo único, uma educação de qualidade, que ajude a desenvolver a consciência cidadã e crítica.
         Após o desenvolvimento das atividades citadas acima e tentando melhorar a participação efetiva dos pais percebeu-se que a participação da família no ambiente escolar pode contribuir muito para a melhoria da qualidade da educação, mas quando os filhos ingressam na 4ª série, acreditam não precisar mais acompanhar a vida escolar deles, e passam a se desligar da escola. Quando participam, elogiam a unidade, depositando confiança no trabalho dos docentes. Solicitam também que se trabalhem valores morais e atitudes, transferindo para a escola o ato de educar. Portanto os pais participantes ativamente na escola são os de alunos das séries iniciais do ensino fundamental.
              Através da participação notamos também que os pais passaram a acreditar e confiar mais na unidade escolar e também nos profissionais que nela atuam, muitas vezes deixava de matricular seus filhos na escola do interior e matriculavam na sede do município. Notamos a mudança, pois neste ano tivemos 21 matrículas para a turma da pré-escola.
          Sabemos que a Educação que é dever do Estado e das famílias, hoje está ficando a cargo da escola e que os professores sentem muita dificuldade, pois estão preparados para dar continuidade a uma caminhada que começa nas famílias e não a total responsabilidade de educar e mostrar todos os caminhos e principalmente dar limites.
        As discussões e estudos feitos sobre o tema “gestão democrática” são frutos de pesquisas e da necessidade de mudanças advindas da complexa sociedade na qual a escola se insere. Para melhorar a qualidade do ensino e elevar o desempenho do trabalho, a escola busca espaço em uma sociedade de conflitos, adequando-se a uma nova forma de gerir seus recursos e a participação dos pais é de fundamental importância para que tudo isso aconteça.

             Este trabalho não representa uma nova relação, mas confirma a inegável importância do Projeto Político-Pedagógico como elemento crucial no estabelecimento de uma gestão democrática e de uma educação pública de qualidade. As palavras de Gadotti (2000) nos dizem que:

Não é difícil perceber, na prática se uma escola tem seu projeto construído e organizado democraticamente. Basta entrar no seu conselho de escola ou colegiado e verificar como é feita a escolha do livro didático, o planejamento do ensino, a organização dos eventos culturais, atividades cívicas, esportivas recreativas, basta assistir a uma reunião administrativa ou pedagógica, a uma reunião com pais professores e alunos. A gestão democrática é demonstrada por certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, no processo de elaboração e criação de novos cursos, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de recursos humanos, etc. (GADOTTI, 2002, p. 2)


            Por isso é importante a participação de todos nas decisões da escola, devemos estar sempre presente para ver o que acontece nas escolas em que nossos filhos estão matriculados.
        Finalmente, para destacarmos a dimensão política e prática do PPP como fator da democratização da gestão escolar lançou mão da comparação entre uma escola e uma orquestra, em que os diferentes músicos são a comunidade escolar, a partitura é o PPP e o maestro é o gestor; mas todos devem trabalhar em conjunto para obter um resultado afinado e um sucesso comum. Mas não há como entrar em sintonia sem aproximação, sem debates ou confrontos, família e escola tem que coexistir, na busca incessante pela maximização do aproveitamento escolar. Atualmente, não se fala em sucesso de gestão escolar sem referência direta a potencialização do envolvimento da família no acompanhamento do aluno, trazendo entre outros benefícios, a redução da evasão e a melhora no desempenho escolar.
           No entanto, diante das transformações sociais, rápidas, constantes e de reflexo direto na família e na escola, há a necessidade de uma análise no sentido de buscar entender o que a sociedade, através da família e do próprio educando, espera da escola, ou ao menos pressupõem, no sentido do que ela deva servir, para além da transmissão dos conteúdos historicamente construídos e juntos, essas duas instituições percebam pelo diálogo, a importância da conjugação das suas forças, não uma sobrepondo a outra, ou, uma assumindo a responsabilidade, mas trabalhando juntas para que a educação se torne realmente uma educação democrática de qualidade para todos.






 REFERÊNCIAS


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APÊNDICES


PESQUISA COM OS PAIS:


1)Como você vê a escola em que seu filho estuda?
______________________________________________________________________________________________________________________________
2)Você gosta de participar dela?   ______________________________________________________________________________________________________________________________
 3) Percebemos a pouca participação dos pais. Qual o motivo da pouca participação?
______________________________________________________________________________________________________________________________
 4) O que gostarias que fosse feito na escola para que você participe mais?
______________________________________________________________________________________________________________________________
5) Você acha importante que os pais participem da vida escolar do filho?
______________________________________________________________________________________________________________________________
 6) Se você comparecer mais vezes na escola você acha que seu filho pode melhorar mais o comportamento e se rendimento? Por quê?
______________________________________________________________________________________________________________________________







 

NORMAS DE CONVIVÊNCIA:

ALUNOS

*Respeitar seus educadores, colegas e funcionárias.
*Respeitar e conservar o espaço físico e bens materiais da escola.
*Não perturbar aulas e trabalhos escolares.
*Ser pontual nos horários de entrada e saída.
*Frequentar as aulas devidamente uniformizados.

É VEDADO:

*O uso do boné e do celular em sala de aula.
*Ausentar-se da escola durante as aulas sem a autorização da direção.
*Circular nos corredores durante as aulas e nas trocas de períodos.

PROFESSORES:

*Observar o horário de entrada e saída.
*Não abandonar a sala de aula, salvo raras exceções.
       *Não usar o celular durante as aulas.
       *Ser organizado e responsável pelo material usado em sala de aula.
       *Participar sempre das reuniões pedagógicas.
       *Entregar as avaliações (recuperação paralela e provão) logo após a correção, pois este vem a ser um documento.
       *Preencher diariamente o diário de classe.
       *Manter bom relacionamento com a direção, colegas professores, pais alunos e serventes.




COORDENADORES DE TURMA:

     *Organizar painéis de aniversariantes e datas comemorativas.
     *Organizar juntamente com a direção as festas: de aniversário, das mães, dos pais, de São João, do gaúcho, da criança e encerramento do ano letivo.